Dirce Machado da Silva

memorial

da revolta de

trombas e formoso

Dirce Machado da Silva

Dirce Machado da Silva nasceu em 1934, na cidade de Rio Verde, Goiás, numa família numerosa de camponeses pobres. Sua família vivia e trabalhava numa fazenda como arrendatários. Desde pequena, Dirce manifestava seus ideais revolucionários, não aceitando a exploração a que sua família era submetida.

Aos quatorze anos entrou em contato com o Partido Comunista do Brasil (PCB). Aos quinze, mudou-se para Goiânia e tornou-se militante profissional do PCB. Algum tempo depois, pediu transferência para a base do Partido em Ceres e começou a militar junto ao movimento camponês, na Colônia Agrícola de Ceres (CANG). Aí conheceu e se apaixonou por José Ribeiro, também líder camponês e militante comunista. Os dois se casaram e se mudaram para Trombas, para auxiliar na organização dos camponeses. Durante a Revolta, ajudou a organizar os camponeses, principalmente as mulheres, criou escolas e fazia atendimentos à saúde da população.

Em 1964, com o golpe militar, fugiu com José Ribeiro e se escondeu numa caverna. Depois, também fugindo da polícia, foi para Brasília para cuidar de uma ferida na perna. Em 1967, voltou a Trombas e se escondeu na mata, dentro de sua própria posse. No mesmo ano foi presa, juntamente com seu irmão e seu marido. Dirce e José Ribeiro foram torturados e levados para Formoso, Goiânia e Brasília.

Em 1980, foi vereadora por dois mandatos em Formoso (GO) pelo PMDB. Atualmente, vive em Goiânia e mantém os mesmos ideais.

“Mas eu acho que foi bom, valeu, é um exemplo, exemplo profundo que o camponês pode e tem condição de ser vitorioso.”

Fonte: Nunes, Ana Lúcia. Dirce Machado: uma mulher de coragem. A Nova Democracia, Rio de Janeiro, p.21, ano 7, ed.50, fevereiro, 2009.