Nego Carreiro

memorial

da revolta de

trombas e formoso

Negro Carreiro

Matou o sargento Nelson com um tiro na testa, marcando o início do conflito armado na região de Trombas e Formoso. Figura lendária por sua coragem e destreza, Nego Carreiro, desmistificou a ideia do camponês pacato e passivo. Sempre armado, Carreiro dizia que “com tanta bala de grileiro, também havia de ter bala de camponês”.

Chegou com a família, na região de Formoso, em 1949 e ocupou uma terra de 20 alqueires no córrego Manuel Gomes no Coqueiro do Galho. Os dois primeiros anos foram tranqüilos e sem nenhuma intervenção. Mas o problema não tardou a chegar e, sem apresentar qualquer documentação, os grileiros passaram a exigir o pagamento do arrendo, o qual Carreiro teve que pagar. Nego foi vencido pela hostilidade de dez homens, dentre policiais e jagunços, bem armados e prontos para atirar a qualquer deslize.

No entanto, a segunda visita não foi tão bem recebida por Nego Carreiro, que se recusou a pagar o arrendo e não aceitou as ameaças do sargento Nelson, o que acabou resultando na morte do policial. Em represália, sua mulher e seu filho foram espancados pela polícia e tiveram sua casa queimada.

Fonte: A Revolta Camponesa de Formoso e Trombas, de Maria Esperança Fernandes Carneiro.